RELÓGIO

segunda-feira, 9 de abril de 2012

COLUNA PRESTES NO RIO GRANDE DO NORTE

A colunas Prestes penetrou no território potiguar pela zona Oeste, fronteira com o Estado do Ceará. Governava o Rio Grande do Norte o Dr. JOSÉ AUGUSTO BEZERRA DE MEDEIROS. Ao tomar conhecimento do avanço dos revolucionários em direção ao nosso Estado, através de um telegrama do Governo Federal, comentou com seus auxiliares: "A COLUNA DOS REBELDES JÁ SAIU DO IGUATU. A ESTA HORA CAMINHA PARA O RIO GRANDE DO NORTE. O grupo é reduzido, pois, segundo o telegrama, composto de 70 homens. A que tudo indica, o ponto de invasão será o Município de SÃO MIGUEL. O deputado JOÃO PESSOA deve ser avisado com urgência para organizar a repulsa, enquanto LUÍS JÚLIO se desloca para o centro de operações".
FONTE: LIVRO "A REPÚBLICA VELHA NO RIO GRANDE DO NORTE (1889 - 1930), DE ITAMAR DE SOUZA

CAPITÃO LUÍS CARLOS PRESTES

A 3 de janeiro de 1898. Nascia Luís Carlos Prestes, filho de Antônio Pereira Prestes (capitão do Exército) e de Leocádia Felizardo Prestes (professora primária). Em 1904, a família teve que mudar-se para o Rio de Janeiro. Antônio Prestes precisava tratar de sua saúde, mas veio a falecer em 1908, quando Luís Carlos tinha 10 anos. Assim, este não recebeu nenhuma influência do pai, mas a mãe marcou profundamente sua personalidade. A infância de Prestes foi pobre. Estudou em casa com a mãe até conseguir entrar para o Colégio Militar, em 1909. Após terminar os estudos neste colégio, foi para a Escola Militar, onde o soldo que ganhava dava à família. Sua dedicação à mãe e às irmãs era notável. Saiu aspirante 1918, continuando na Escola Militar em 1919 para completar o curso de Engenharia. Em 1920 colou grau como bacharel em Ciências Físicas, Matemáticas e Engenharia Militar, sendo promovido a segundo-tenente. Como fora o melhor aluno, pôde escolher onde servir e optou por continuar no Rio de Janeiro, na Companhia Ferroviária. Promovido a primeiro-tenente, tornou-se auxiliar de instrução na Seção de Engenharia da Escola Militar, mas demitiu-se por falta de material para executar seu trabalho. Voltando à Companhia Ferroviária, Prestes tomou conhecimento, em 1921, das "cartas falsas" de Artur Bernardes, que dariam motivo para a primeira revolta tenentista. Indignado com as ofensas aos militares do então candidato à Presidência da República, Luís Carlos começou a freqüentar as reuniões do Clube Militar. Nesta época, Prestes já possuía traços de sua forte personalidade.
    Os problemas familiares e a dedicação à mãe privaram-no dos prazeres da infância e da adolescência. Mas o que o diferenciou dos que viveram esta situação também foi sua aceitação tranqüila das dificuldades. Isso lhe deu um caráter marcante que o ajudaria futuramente a suportar situações dramáticas. Participando das conspirações tenentistas desde o início, Luís Carlos foi impedido de comparecer à primeira revolta, em julho de 1922, devido a um ataque de tifo. Já em novembro de 1922, como punição por sua simpatia aos revoltosos, Prestes foi transferido para o Rio Grande do Sul para fiscalizar quartéis. Em Santo Ângelo, deu início, com o levante do Batalhão Ferroviário, ao movimento que iria se transformar na marcha da coluna que levou seu nome. Em 1926, quando a Coluna Prestes se asilou na Bolívia, Luís Carlos - que fora chamado de "Cavaleiro da Esperança" - começou a estudar o marxismo.
    Aliou-se aos comunistas em 1931, viajando para a União Soviética, a meca do Socialismo. Voltando ao Brasil, em 1934, estava casado com Olga Benario, comunista alemã que fora a primeira mulher de sua vida. Getúlio Vargas estava no governo e a Aliança Nacional Libertadora, que Prestes assumira, tentou fazer uma insurreição comunista. Com o fracasso, Luís Carlos foi preso, em 1936, e viu sua mulher, judia, ser entregue ao governo alemão. Depois de nove anos preso, Prestes subiu ao palanque ao lado de Vargas. Chefe do PCB eleito Senador, participou da Constituinte em 1946, mas foi para a clandestinidade em 47, quando o registro do Partido Comunista foi cassado. Retornou às atividades políticas em 1960, porém, o golpe militar de 64 devolveu-o à clandestinidade, privando-o de direitos políticos por 10 anos. Colocando-se contra a luta armada, provocou o racha do PCB, quando a ala de Carlos Marighella partiu para a guerrilha urbana. No auge do anticomunismo, em 1971, Prestes radicou-se na União Soviética, permanecendo lá até a anistia de 79. Quando voltou ao Brasil, não conseguiu mais liderar o PCB e perdeu a secretaria-geral em 1983. Morreu em 1990.]

A COLUNA PRESTES NO PAÍS

A Coluna Prestes

INTRODUÇÃO

A "Grande Marcha" de 1925 a 27 foi o ponto culminante de um movimento militar, denominado de Tenentismo. Esse movimento armado visava derrubar as oligarquias que dominavam o país e, posterirormente, desenvolver um conjunto de reformas institucionais, com o intuito de eliminar os vícios da República Velha.





A ÉPOCA



Presidente Artur Bernardes que governou o Brasil entre 1922 e 1926 em constante estado de sítio


A organização politica republicana baseava-se na estrutura agrária existente, onde a sociedade rural estava enquadrada política e eleitoralmente pelos mecanismos de mandonismo local, dentro de um sistema marcado pelos currais eleitorais. Dessa maneira, os grupos urbanos estavam marginalizados efetivamente da vida política do país.
Apesar de formado por uma minoria da sociedade, as camadas urbanas conheciam um processo constante de crescimento, que havia se acentuado principalmente com a 1° Guerra Mundial. Militares, funcionários públicos, operários, pequenos proprietários e trabalhadores em geral, formavam uma camada média crescente, com direitos políticos garantidos, mas na prática excluída do poder.
O descontentamento com tal situação processou-se de diversas maneiras, destacando-se o movimento operário e o tenentismo



A COLUNA PRESTES


O mapa foi extraído do livro NOVA HISTÓRIA CRÍTICA DO BRASIL de Mário Schmidt da Editora Nova Geração

No inicio de abril de 1925, as forças gaúchas comandadas pelo capitão Luís Carlos Prestes se uniam com as tropas que fugiam de São Paulo. Os dois grupos haviam participado das rebeliões do ano anterior, mantiveram focos de resistência e procuravam manter e fortalecer sua organização, para retomar a luta pelo grande ideal: Salvar a Pátria.
Depois de convencer os líderes paulistas da possibilidade da vitória contra o governo e as tropas fiéis a ele, Prestes iniciou a longa marcha afastando-se do país. A coluna atravessou o Paraguai no final de abril e voltou ao país através do Mato Grosso
Do Mato Grosso, passando por Goiás, a coluna dirigiu-se para o Nordeste, atingindo o Estado do Maranhão no mês de novembro de 1925, chegando logo depois a ameaçar diretamente a cidade de Teresina. Na região nordeste os rebeldes percorreram praticamente todos os estados, chegando a ameaçar efetivamente a cidade de Teresina. Em todos os momentos a maior resistência virá das forças arregimentadas pelos coronéis.
As tropas que combateram a Coluna eram bastante diversificadas, mostrando a disposição do governo e dos latifundiários em eliminar esse foco de rebelião. O exército, as policias estaduais, jagunçoa dos coronéis e eventualmente cangaceiros participaram do combate à Coluna Prestes.
"Nos Estados economicamente poderosos (as oligarquias) constituíam forças policiais organizadas como pequenos exércitos; nos Estados economicamente fracos, armaram os próprios exércitos privados dos latifundiários. Sobre esses dois suportes é que assentou o combate aos revolucionários tenentistas, desde que estes empreenderam a arrancada pelo interior, com a Coluna Prestes ."


A grande marcha realizada pela Coluna por vários estados do Brasil não conseguia efetivamente atrair a simpatia da opinião pública; apenas em algumas ocasiões cidades ou grupos de homens apoiaram o movimento e até mesmo passaram a integra-lo. A idéia de que o movimento cresceria em número e em força ao longo da marcha foi se desfazendo durante o trajeto na região nordeste. Num meio físico hostil, ilhada pelo latifúndio, não achou nas massas do interior o apoio necessário e alentador.
Apesar dessa significação profunda que adquiriu a Coluna, de ser ela, na expressão dos revolucionários, a chama que mantinha a Revolução, nunca conseguiu mais que uma sensibilização superficial nas grandes massas para as quais dizia voltar-se. Estas não acorreram ao chamado paternal dos "tenentes", não se colocaram sob sua proteção para, juntos, pôr nos eixos uma República que "nascera bem", mas que se "desvirtuara" em meio ao caminho.


FONTE: HISTÓRIA NET ( http://www.historianet.com.br)